Concessionárias tentam fugir da crise abrindo espaço para carros usados

Volkswagen_MilaPampulha_foto06Para fugir da crise e manter o negócio em pé, vários lojistas estão abrindo espaço a carros usados e seminovos em seus pátios, vitrines e, em alguns casos, até nos showrooms.

O momento não está fácil para quem trabalha no setor automotivo, incluindo lojistas. Segundo dados da Fenabrave (associação dos concessionários), o número de lojas de carros zero-quilômetro espalhadas pelo Brasil deve cair até 5% em 2015, de 8 mil para cerca de 7.600. De janeiro a agosto, o déficit entre unidades que abriram e fecharam chegou a 347. É fácil explicar o motivo: enquanto, somando veículos de passeio e comerciais leves, o mercado de novos enfrenta queda de 20,4% nos oito primeiros meses do ano (em relação a 2014), segundo a Anfavea (associação das fabricantes), o de usados cresceu 3,63% no mesmo período (dados da Fenauto, a federação dos revendedores de carros usados). Cada marca tem suas próprias regras sobre a “relação” entre novos e usados no espaço.

Na Ford, por exemplo, é proibido expor seminovos na parte interior das lojas. Já a Hyundai Caoa autoriza a exibição dentro do showroom, desde que sejam carros da própria marca. Na Fiat Ventuno, também de São Paulo, não existe restrição: usados e zero-quilômetro compartilham espaço de forma até um pouco desordenada.

Na concessionaria Chery Job, em Londrina (PR) é raro visualizar um carro da marca chinesa. Quase toda a vitrine é voltada aos seminovos. Até a lista de estoque no site da revenda é predominada por usados de outras marcas. Segundo da concessionária foi a opção que encontraram para não perder clientes.

Se a maioria dos revendedores de marcas generalistas está sofrendo, há exceções. Com o sucesso do HR-V, grande sensação do mercado brasileiro em 2015, a rede de concessionárias Honda Daitan, da capital paulista, não precisa dar tanta bola aos seminovos, responsáveis por menos de 30% de suas vendas. Segundo eles a fila de espera para receber o SUV compacto varia entre 60 e 90 dias.

Já a recém-inaugurada Jeep Dahruj da avenida Sumaré, também em São Paulo, nem cogita mexer com usados. “Só trabalhamos com zero-quilômetro e estamos superando com folga as metas”, enfatizou o gerente Emerson Teixeira. Só para setembro a expectativa é comercializar 100 unidades, o dobro do que era inicialmente esperado.

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